quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Panamá. O cú do mundo
Eu estava reparando como a maioria dos posts do Donnuts têm o título em inglês. Esse aqui acabou saindo em português claro. Sim, o Panamá é um lugar abandonado pelo bom gosto, bom senso e pela música.
Antes mesmo de existir o Canal, aquele país, por sua geografia, já era a rota de escoamento do ouro que vinha do Peru e da Califórnia para Nova York e Europa. Os caras subiam em mulas no lado do Pacífico, depois se jogavam em barcos e remavam pelo Rio Chagres, que percorria o que sobrava do caminho, até o Atlântico. Aí vieram os franceses, depois os americanos e, finalmente, a partir de 2000, depois de 70 anos, o canal passou a pertencer aos panamenhos. Ele e a grana que gera com fluxo ininterrupto de barcos.
Eu fui jantar com uns clientes num restaurante bem na beira do canal. Vi, de boca aberta, um petroleiro gigantesco passar na minha frente, descendo pelas eclusas que o deixaram na altura certa para que seguisse pelo Oceano Pacífico. Parecia a cena de abertura de Guerra nas Estrelas, com aquele cruzador cortando a tela por longos minutos. No restaurante, uma versão panamenha do Terraço Itália, famílias com roupas de casamento olhavam para aquilo com orgulho e gratidão.
Mas toda a grana gerada por aquela maravilha da engenharia não está servindo para muita coisa. O aeroporto internacional do Panamá é o primeiro em que não encontrei uma banca de revistas ou de livros. Até o aeroporto de Padang tinha algo assim. Também comparei com Cuba, que restaurou Havana Vieja inteira. O Panamá preferiu construir arranha-céus, cassinos e shopping centers enquanto seu centro histórico – chamado de Casco Antigo – se desmancha com o vento do Pacífico.
A Ferr, que escreve aqui no Donnuts - e que viajou comigo para essas reuniões -, definiu muito bem a situação depois de averiguar uma loja de cd’s de um dos principais shoppings da cidade:
“Tadinhos. Eles são tão carentes.”
Ilustrando post, o trabalho de Wilfrid Wood. Vale a visita.
Tony Manero
sábado, 25 de outubro de 2008
Tim festival e as encoxadas
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Banjo or Freak Out
Passei algumas semanas ouvindo sem parar as covers meigas do Kooks e Kate Perry para MGMT.
E nos últimos dias, meu estado de espírito mudou radicalmente e passei a ouvir outras covers, de um outro extremo do mundo.
As covers "do mal" do Banjo or Freak Out para Cape Code Kwassa Kwassa do Vampire Weekends e All I Need, do Radiohead, deixam as versões originais quase irreconhecíveis.
E “do mal” porque elas são sombrias, assim como as músicas próprias do Banjo. Algumas dão até um medinho. Mas são emotivas também, como Mr. No. Não é um som pra qualquer um, ou pra ouvir em qualquer situação.
E ainda não dá pra saber se o cara só vai se repetir ou se vai produzir coisas interessantes.
Mas a história que ele conta no myspace dele é legal. Banjo, que chama Alessio, enquanto esperava a namorada voltar do trabalho em uma noite em Londres, não queria conversar com ninguém que estava por perto e começou a brincar com um programa de som do computador dela. Daí nasceu o Banjo or Freak Out.
Ó. Pra quem reclama que mulher demora pra se arrumar.
Ele conta outras coisas e tem várias covers no blog dele.
Cover de Cap Code Kwassa Kwassa- download.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Banheiro Químico em Cubatão
Minha tolerência com dias nublados não é muito grande. Mesmo sabendo que a chuva e o vento são os responsáveis pela maioria das boas ondas no litoral norte, depois de um certo tempo, como os meses de outono e inverno, olhar pro céu e perceber que novamente passarei frio dentro d’água me enche um pouco o saco. Nesse sábado foi exatamente assim.
Já na estrada, o tempo estava muito ruim. Até que num determinado ponto dela, passei por um grande canteiro de obras de um futuro viaduto que pretende cruzar por cima do trilho do trem. Tinham alguns poucos operários trabalhando debaixo do temporal e vento forte, todos vestindo pesadas capas amarelas, se equilibrando entre a lama e os vergalhões de aço encharcados. Reservado para eles, um banheiro químico colocado ao lado de um monte de entulho, quase encostado na mureta, a menos de um metro dos carros que cortam a estrada jogando água para os lados.
Me imaginei tendo que usar aquele sanitário (perceba a escolha desse substantivo como ironia). Como se sente alguém sentado ali, ouvindo o tráfego barulhento, a água caindo da chuva ou batendo de lado nas paredes de plástico? Não demorou para que eu associasse aquela situação miserável com o que me aguardava: ondas grandes, mexidas pelo vento maral muito forte, frio e chuva, num dia cinza. Sim, o banheiro químico e o surfe desse sábado eram, na minha cabeça, gêmeos univitelineos e só me restava aceitar, como os operários da obra, esse fato com resignação.
Mas não foi assim. Nunca é como eu antevejo. Se projeto que vai ser clássico, não é. Se tenho certeza que vai ser uma merda, acaba sendo melhor do que imaginei. E como dessa vez pensei que seria um banheiro químico em Cubatão ao lado da estrada num dia chuvoso, o surfe acabou se revelando um dos melhores dos últimos tempos. Para minha alegria e humilhação.
Ilustrando esse post, um trabalho de Takashi Murakami. Depois eu escrevo mais sobre ele.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Acceptable in the 80s
Lembra do Feitiço de Áquila?
Não sei se eu que estou mais sensível à nostalgia ou se os últimos meses tiveram mesmo um flashback- descontrol dos ícones culturais da minha pré- adolescência:
* A influência absurda da música dos anos 80 em quase todas as novas bandas e duos eletrônicos e disco, como a própria Ladyhawke (Back of the Van é a música mais anos 80 do mundo).
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Olympic Airways
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Rascunho do Inferno
Dino e Jake Chapman são dois irmãos ingleses que fazem parte de uma turma de artistas plásticos trazidos aos olhos do mundo pela Saatchi Gallery. Não é sempre que gosto do que fazem, mas andei lembrando de uma instalação chamada Hell. Foi uma das coisas mais impressionantes que eu já vi na vida, e olha que já passei carnaval em Guarapari.
Hell são maquetes daquelas que colecionadores de bonequinhos de chumbo gostam de fazer. Tem árvorezinhas, grama, pequenos prédios destruídos por batalhas, cercas e algodão imitando fumaça. Mas não se engane, não é inofensivo. São uns cinco mil bonequinhos vivendo um verdadeiro horror. Sangue, corpos empalados, porcos devorando restos humanos, armas químicas, homens com 3 pernas… Bem o nome é Hell e não adianta eu tentar exagerar na descrição que não vou conseguir chegar perto do efeito que essa instalação causa em quem a assiste. Em grande parte por causa da escala. Por ser uma maquete, você é pego observando tudo de cima. Sim, você, por alguns segundos, é Deus olhando do alto a sua obra. A repulsa se mistura à curiosidade pelo excesso de detalhes. Você é o responsável, a causa e o efeito, testemunha e voyer. Cada boneco daqueles foi esculpido a sua imagem e semelhança. Aquela crueldade é a sua.
Hoje, assistindo ao Jornal das Dez, me lembrei de Hell. Vi as imagens da bolsa de valores com aqueles caras suando debaixo dos braços, aflitos, gritando, perdendo cabelos. Os imaginei numa maquete dos Chapman e me peguei pensando: o que quer que aconteça, por favor, não fodam meu PGBL. Senão compro uma metralhadora e mato todos vocês.
Abaixo um vídeo de Hell.
Para o da bolsa de valores, ligue na Globo News a qualquer hora do dia.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Who loves the sun?
I do love the sun. Even with a broken heart. Pa pa pa pa.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
O Dino e o tempo
No ano passado, mais especificamente em março, li pela primeira vez um livro do Dino Buzzati. O Dino foi um dos maiores escritores italianos do século XX, nasceu numa cidade pequenininha da Itália em 1906, estudou direito e virou jornalista do Corriere della Sera. O livro dele que eu li chama O Deserto do Tártaros. E sempre que eu leio, eu grifo o livro. E ontem eu peguei O Deserto dos Tártaros para olhar de novo.
É um livro que conta a história de um soldado, o Drogo, cujo sonho é participar de uma gerra. Ele é enviado para um forte isolado do mundo e fica lá, esperando os "tártaros" chegarem para rolar a batalha (não vou falar mais porque daí é spoiler).
O livro é a coisa mais linda. Apesar de ter sido lançado em 1940, é completamente atemporal. Ele fala de espera, de escolha, da passagem do tempo e de como ele escorre pelas mãos. De como a gente vive a nossa vida esperando que algo extraordinário aconteça para nos redimir e justificar a nossa existência. Seja viver um grande amor, morar na praia, ter uma pousada no Sul de Minas ou só ficar rico.
E a gente fica sempre pensando que tem o tempo todo pela frente para fazer o que é preciso, que o extraordinário está sempre adiante. E a vida vai passando e talvez nada extraordinário aconteça ou talvez a gente faça a escolha errada ou o talvez o extraordinário passe despercebido. E aí, o que sobra? Teoricamente, não sobra nada. A gente morre e abraço. Só que daí eu penso: dá pra viver sem sonhar? Eu acho que não. Acredito em pequenas realizações diárias e reconheço a importância de todas elas. Mas não tira meu sonho de mim, por favor. Sem ele, fica tudo cinza e muito, mas muito sem graça.
Informação importante: o livro virou filme. Valerio Zurlini foi quem filmou apesar de todo mundo falar que o Antonioni adorou esse livro também. Mas não vejam o filme não, leiam o livro.
A † the Universe
Mais do que simplesmente registrar o backstage da turnê, o documentário foi inteiro roteirizado. Misturando referencias de todos estilos (de Gondry a Jackass) o documentário mostra um pouco do universo da dupla.
Pessoas bem próximas dos "meninos" que já viram mais cenas do filme disseram que durante a filmagem aconteceram fatos não previstos que prometem dar o que falar.
Lançamento em 24 de novembro
Medo de ladrão? Não, de Sophie
Sophie é uma fotógrafa, artista plástica e conceitual. Mora em Paris, onde nasceu. Foi lá que começou a desenvolver uma maneira muito peculiar de produzir arte. Sem medo de expor suas intimidades, Sophie alterna obras onde abre aspectos muito delicados de sua vida com outras que, sem melindres, invadem a de terceiros de forma impiedosa. Saca só do que ela é capaz:
. Ela conseguiu um emprego de camareira num hotel em Veneza só para poder entrar nos quartos enquanto os hóspedes não estavam e, secretamente, fotografar seus objetos pessoais e anotações para uma exposição.
. Uma outra vez ela criou um projeto chamado The Adress Book. A sujeita encontrou uma agenda de telefones perdida na rua e, antes de devolver ao dono, xerocou as páginas. Daí ela entrou em contato com as pessoas presentes na lista e pediu que elas falassem sobre o tal proprietário da agenda, construindo assim o perfil de um homem o qual ela jamais conhecera.
. Ela convidou 24 pessoas para viverem na cama dela por 8 dias seguidos cada uma. Algumas delas sequer a conheciam. Ela os servia comida de hora em hora e os fotografava.
Namorar uma sujeita dessas? Pois é. O último que tentou virou mais um de seus projetos.
Ela pegou o email de despedida, onde ele lhe explicava suas razões para o término, e convidou 107 mulheres - entre elas uma atriz, uma palhaça e uma dançarina - para que o lessem e tirassem suas próprias conclusões. O título desse projeto é Take Care of Yourself, a última linha do email.
Que venham os ladrões. Eu tenho medo (Mas pago pau.) é da Sophie.
Abaixo, o tal email exibido em forma de código de barras e uma foto do hotel em Veneza. Para mais, veja aqui e leia a Tokion desse mês.
Infinite Playlist
Contra minhas expectativas conta:
- Ter o mesmo Michael Cera de Juno, com o mesmo jeitinho que aparece em Juno.
- O que, junto como tema, já faz ser difícil não comparar com Juno. O que já faz o filme sair perdendo pois claramente “Nick & Norah’s” não tem o sarcasmo e o humor politicamente incorreto que fizeram Juno ser divertido.
- O filme parece pecar em clichés e personagens coadjuvantes engraçadinhos demais.
- E o trailer parece já ter contado a história toda. Tudo leva a crer que não sobrou nenhuma surpresa.
De bom,
+ Sobrou espaço pra trilha sonora, que é o primeiro ponto a favor. Band of Horses, Bishop Alen (que aparecem no filme) e uma música nova do Vampire Weekend.
+ A favor também, conta alguma credibilidade alternativa na carreira do diretor Peter Sollett, que dirigiu Raising Victor Vargas – esse sim, indie- há alguns anos.
+ Conta também Michael Cera, vai, que é sempre divertido, mesmo que se repita.
+ O nome do filme é muito bom. Eu tenho vontade de ver qualquer filme sobre um playlist.
+ Personagens que você quer ter na sua vida – ou já tem bem parecidos- a garota obsessiva por música e o cara que grava playlists para as meninas. O casal que se conhece falando sobre indie rock e sobre quem conhecia tal banda antes.
Se esses 2 vão descobrir aos poucos que tem muita coisa em comum e se apaixonar numa noite em NY ouvindo música boa, já basta pra gente assistir.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Voodoo Girl
Voodoo Girl. Diretamente do The Melancholy Death of Oyster Boy: and Other Stories, do Tim Burton. Não vou falar do Palmeiras porque eu desafiei o Deus da Bola e a gente não ganhou e o Gremio meteu 2 no Santos. Tudo isso ao som de Needles and Pins, do Ramones.
Her skin is white cloth,
and she's all sewn apart
and she has many colored pins
sticking out of her heart.
She has many different zombies
who are deeply in her trance.
She even has a zombie
who was originally from France.
But she knows she has a curse on her,
a curse she cannot win.
For if someone gets
too close to her,
the pins stick farther in.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Johnny Flynn
Johnny nasceu na África do Sul, mudou para Londres e estudou na Bedales, a mesma famosa boarding school inglesa de Lily Allen e Luke Pritchard do Kooks (imagina a turma do fundão lá). Se formou como ator e excursionou com uma cia. de teatro Shakespeariana. Tudo antes de lançar seu primeiro álbum, A Lorum, em maio desse ano.
Quando a gente ouve Johnny Flynn cantar, não imagina que ele esteja só no alto de seus 25 aninhos. Mas acho que quase todo jovem cantor de folk soa assim: mais sofrido e maduro. Folk, aliás, eu normalmente acho bem chato. Mas gostei do Johnny Flynn, porque - além de ser lindo de morrer, não dá pra ignorar - ele puxa mais pro blues e country americano (Sim, Johnny Cash e Nick Drake, em suas devidas e pequenas proporções).
Essa é The Box, primeiro hitzinho.
Johnny Flynn toca hoje, 4a feira, no Clash. Junto com Young Knives e discotecagem do Lucio Ribeiro.
* update: vídeo do show no Clash no two way monologue
Salve Ferris
Eles vão refilmar a antológica cena de Ferris Bueller's Day. Aquela do povo dançando Twist and Shout dos Beatles no meio da rua, tá lembrado? Lógico que está.
Para participar basta se inscrever no site e comparecer fantasiado.
Vale lembrar a introdução que Bueller fala antes de começar o rock n' roll para ver se te anima:
"Eu vou cantar uma música pra vocês, uma das minhas preferidas. E gostaria de dedicar essa música a um cara que acha que não fez nada de interessante hoje."
Se isso não foi suficiente, eu aposto que vai ter chuva de ação picada do Lehman Brothers, AIG - e de quem mais cair até lá - sobre a rapaziada.
Pena que o dólar já tenha chegado a R$ 2.30. Mas meu irmão, que já tinha comprado as passagens, vai.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
It's Britney, Bitch.
As surtadas, internações e engordadas (que falta de humanidade, Fernanda), seguidas das voltas à música, a praia e as emagrecidas. Mas o que eu mais adoro é quanto os Estados Unidos é obcecado por ela.
* Por exemplo, qualquer aparição de calcinha ou absorvente (eca- sem foto) da Britney nos EUA é muito, mas muito mais grave do que uma quase overdose da Amy na Inglaterra, de sutiã na rua, descalça, com a cara sangrando.
* A Rolling Stone escreveu uma vez sobre Britney que “what the world wanted of her: that she was created as a virgin to be deflowered before us, for our amusement and titillation.”
A linda jovem mãe de 2 pimpolhos de bochechas rosadas.
Mas que desequilibra e quase derruba o filho pra segurar seu Starbucks Caramel Machiato ao mesmo tempo.
Que declara que sustenta uma corja de parasitas, mas que a gente sabe que não vive sem eles.
A celebridade que foge dos paparazzi. Depois os ataca com um guarda chuva. Depois namora um deles.
América’s sweetheart X Britney the bitch.
Britney é a dicotomia doentia americana.
* Mas tudo isso para falar não só Long Live to Brit, mas porque adorei todos os remixes de Womanizer que saíram semana passada, com menção honrosa para o do Teenagers.
PH em Caixa Alta
The Art of Levitation
A Dazeddigital, versão online da Dazed&Confused, tem um espaço - com ares de campeonato - para fotógrafos talentosos do Flickr.
Fica dentro de uma área do site onde Fotografia se escreve assim, com F maiúsculo. Com PH, nesse caso. Tem espaço pra tudo: exposições, perfis, photoblogs, moda e o Flicker Showcase, o tal campeonato sobre o qual comecei falando. De tempos em tempos os editores da Dazed destacam o trabalho de um dos que se submeteram a essa comunidade e o disponibilizam dentro da home. Como se isso não fosse bom o suficiente, o cara também é entrevistado. O último agraciado foi David Picchiottino. Já a foto que encabeça esse post, chamada de Art of Levitation, é de Eleanor Hardwick (Leenah), de apenas 15 anos de idade e mais de 2000 fotos publicadas por ali. Dá pra ficar um bom tempo no photostream dela.
Se couber aqui uma sugestão de trilha sonora para essa aventura, aqui vai: o álbum Dear Sciense, do TV on the Radio. Muito bom. Com direito a um montão de 'us' no muito se eu fosse chegado a esse tipo de afetação. Ainda não te convenci a dar esse passeio? Olha essa segunda foto da Leenah. Faz parte de um projeto chamado Home.
Home
Abaixo um slideshow com o trabalho de David Picchiottino.
domingo, 5 de outubro de 2008
Destaques da rodada que começou 4a e terminou sábado (por causa das eleições) e da gringolândia que eu vi domingo
• O Palestra Itália de Belo Horizonte ganhou do Sport e está cheirando o cangote do Palmeiras e do Grêmio.
• O Vasco mais uma vez deu vexame e perdeu de 4x2 do Figueirense. Vergonha alheia do Renato Gaucho. Certeza que se o Eurico Miranda tivesse ganhado a eleição, eles estariam numa situação menos deprimente.
• O entra e sai do São Paulo e do Flamengo no G4. E os bambis adorando a brincadeira (hahaha).
• O Botafogo jogando com muito estilo (estilo cafona, no caso). Carlos Alberto e aquele cabelo rédiculo. Se eu fosse o Ney Franco (nunca ouvi falar esse nome, mas tudo bem, li no Lance), proibia o cara de jogar.
• A virada do Verdão em cima do Galo. Fiquei no maior medo de repetir o Brasileiro do ano passado que perdemos de 3x1 deles e ficamos fora da Libertadores. Agora é só a gente ganhar as 10 rodadas restantes e levantar a taça (Deus da Bola, me respeita, por favor).
• A virada do Liverpool em cima do Manchester City com direito ao maior tombo da historia. O zagueiro todo tatuado do Liverpool conseguiu torcer o pé and o joelho and abrir um espacate de uma vez só.
• Os gatinhos do Milan (Kaká, Pato e Gattuso - obrigada pela barba), certamente os mais cheirosos do futebol mundial, ficaram desfilando de cueca Armani e perfume D&G e não tiveram a capacidade de meter UM gol no pior time do campeonato, o Cagliari.
Quem escolher? Sugar Man, de Sixto Rodriguez
Em tempos de propaganda eleitoral gratuita, a ida ao trabalho toda manhã ganhou contornos trágicos e surreais.
Todos os candidatos compuseram jingles sobre suas capacidades produtivas. Na forma de rima, todos, absolutamente todos, construíram escolas, pontes, hospitais, avenidas, viadutos, esgoto, iluminação. A única explicação que sobra para o caos no trânsito, os miseráveis e as crianças na rua, que sempre vejo no meu caminho, deve ser o resultado do excesso de benfeitorias, então. Como se todas essas obras juntas nos tivessem levado, sem escalas, direto ao fracasso social. Talvez alguém até gritasse que já sabia que tanto investimento, tanto esforço estatal em prol do conforto coletivo, tanta criatividade e empreendedorismo acabariam, cedo ou tarde, dando em merda.
Sim, estou amargo e preciso relaxar um pouco. Mas hoje é domingo, chove e ambos céu e cidade estão cinzas. Também estamos no segundo final-de-semana seguido sem ondas. Haja saco.
Para adoçar assisto New Emissions of Light and Sound. Filme de 2006, com trilha original de Sasha. Só vendo pra entender. E como psicodelia pouca é bobagem, parto para Sixto Rodriguez, sexto filho de imigrantes mexicanos nascido em Detroit, que pede em uma de suas músicas: Sugar man, won't you hurry 'Cos I'm tired of these scenes For a blue coin won't you bring back All those colors to my dreams
Abaixo, um clipe de Sugar Man (Só pra ouvir) e o trailer do Emissions.
Hostel na Mourato Coelho
http://www.casaclub.com.br/
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
One day, we´re gonna live in Paris, I promise
On veut tous être "friends" des Friendly Fires.
Scratchable!
Sctrachable cats:
Sctrachable cars:
Update everything
Agora você pode escolher o que faz com seu porco de estimação: come, leva pro estádio ou transforma em arte.
Podemos dizer que isso é uma maneira de agregar valor??
Os caras do Trendwhatching classificariam dentro da tendência Update Everything.
Aposto que se colocar um desses na Daslu (especialmente aquele com logos LV) vai vender!
No Gucci
Minha casa que é uma espécie de estúdio, sem paredes, sem portas, sem nada. Praticamente um trailer de camping.
Na minha casa, são três dias por semana, pelos quais eu pago R$ 450,00
Ela é uma mulher jovem, educada e dedicada, mas mesmo assim, continua sendo doméstica – sem nenhum demérito – mas pensando racionalmente, se eu fosse ela, procuraria outra função na vida.
De qualquer forma, ela se demonstra feliz com sua ocupação, minha casa é fácil de arrumar, fico pouco lá.
Normalmente ela espera eu acordar, tomar meu café, meu banho, e depois ela entra na casa para começar o trabalho diário. Enquanto isso ela cuida da roupa, no quintal.
Terça-feira passada, mudei um hábito. Por força do horário, abri a porta pra ela entrar e fui tomar meu banho.
Sai já trocado do banheiro e fui até a cozinha fazer o café.
Ela estava usando um jeans snikky, tênis e uma jaqueta de couro preta. Simples, mas muito cool. Tudo muito moderno e adequado.
E como qualquer mulher, ela tinha uma bolsa, da Gucci.
Além de uma casa em forma de trailer, tenho um bar freqüentado pelos fashionistas; ou melhor fashion victims (aprendi esse termo faz pouco tempo) – todos lá usam a mesma roupa da minha empregada. E também bolsas Gucci.
Pensamento:
Se minha empregada usa Gucci, e a mais fotografada da Vogue Rg usa Gucci, temos um “brand schizophrenia” , como diriam no AAAA.
Adoro pensar em como as marcas e as pessoas não se entendem. A marca diz: eu sou pra poucos. Todos a querem. Outras marcas dizem: sou pra todo mundo. Ninguém quer. E nessa a gente vai fazendo Power Point, criando manifestos, ganhamos prêmios e a vida passa.
Minha empregada e minhas amigas não sabem o meu objetivo como planejador. Nem eu.
Aquecendo ou I wanna hurry home to you
The National com filminho do Godard ao fundo: aquecimento para o Tim Festival e para 32a Mostra que estão chegando aí. Sim, eu sei que os homenageados desse ano são o Bergman e o Okamoto mas eu não encontrei nenhum videozinho deles com bandinhas do Tim Festival. Não, eu não vou assistir Berlin Alexanderplatz, o filme de 15 horas do Fassbinder. Por favor, alguém que tiver coragem de assistir, me conta depois. Me contento com Lola, Maria Braun e Veronika Voss no meu currículo.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Beck's. Mas o que será que eles andam fumando?
Sobre o Deus da Bola
Imagine o Maracanã lotado. Final da Libertadores. 2o tempo da prorrogação, faltando 2 minutos para acabar. 0 X 0. Seu time na fila há 20 anos. Eis que um infeliz ao seu lado, saca o celular do bolso e liga para o amigo perguntando o nome do bar onde será a comemoração do título. Pronto. Acordaram o Deus da Bola. Daí amigo, é ladeira abaixo. Acabou-se o título do seu time e a comemoração no bar.
O Deus da Bola é assim. Ele merece atenção e respeito. Não estou falando aqui daquele papo de contar com o ovo antes da galinha, jogar de salto alto, essas coisas. Não é isso. Estamos diante de uma divindade futebolística. Se respeitado, ele estará do seu lado. Caso contrário, o cajado aparece com a fúria que só o Deus da Bola tem.
Porque não adianta gritar gooool quando a bola ainda não passou a linha. Se você gritar, o Deus da Bola bate o cajado no chão e um zagueiro aparece milagrosamente ao lado do goleiro e tira a bola do gol com o dedo mindinho da mão esquerda. E o juiz não vê.
Eu imagino o Deus da Bola assim.
Fight like Apes
* Desde o começo do ano o Fight Like Apes está excursionando pela Inglaterra abrindo para Ting Tings. Tocaram no Glastonbury e parecem já ter uma legião de fãs europeus.
Fãs-blogueiros que idolatram as apresentaçoes ao vivo e escrevem que estão em crise porque o álbum novo - Fight Like Apes and the Mystery of the Golden Medallion, lançado semana passada- soa muito mais limpo que o som anterior. Confesso que não me preocupei em comparar.
* Eles tem uns vídeos engraçados mas ruins. E umas letras que falam coisas como “Hey! You! Know your place / You're like Kentucky Fried Chicken / But without the taste".
* O que eu mais gosto neles é essa despretensão. E esse jeitão meio, hum, grunge. Ah, o fato deles terem uma música que chama I’m Beginning To Think You Prefer Beverly Hills 90210 To Me também ajudou.
Alex Knost. Figuraça da semana
Se você não conhece Alex Knost, não se sinta mal. Pouca gente já ouviu falar nele. Talvez pelo fato do sujeito fazer de tudo um pouco. O cara surfa, mas não é profissional. Customiza roupas, pinta quadros, estrela longas experimentais - Beach Blanket Burnout, resgata pranchas antigas e as joga dentro d'água para lhes servirem de ferramenta para um surfe intuitivo, progressivo e, ao mesmo tempo, retrô. Mil lances. Vai entender.
O cara é assim mesmo e por tudo isso você deve correr atrás de saber quem é esse sujeito. Patrocinado pela RCVA, local de Newport CA, Alex reúne alguns conceitos de surfe introduzidos por Joel Tudor ao espírito livre dos artistas do movimento Beautiful Losers. Mistura boa. Depois de tantos elogios vagos, não poderíamos deixar de falar da banda que lidera: The Japanese Motors. Ouça e tire suas conclusões. Abaixo um trailer do longa e o figura pintando seus quadros.