Tudo começou no Bar do Toninho. O pastel mais delicioso da baixada santista. Só pela freqüência do bar, já se via que era boteco de tradição, daqueles que o garçom sabe que Diamante Negro é mais do que um chocolate. Ao nosso lado, estava sentado nada mais nada menos do que Edu – ponta esquerda santista que jogou entre 66 a 76 com uma turminha bem fraquinha - Pelé, Dorval, Coutinho, Mengálvio, Clodoaldo. E eu acho que junto com o Edu estava o Zé Maria (ou Super Zé ou Zé da Fiel, para os íntimos). Mas não posso garantir.
Depois de uns 5 pastéis e algumas garrafas de Original, começou a corrida. Deus do Céu, o que foi aquela ultrapassagem do Vettel e o Glock entregando a rapadura faltando menos de 500 metros para acabar. Os meninos falaram que foi culpa do pneu de chuva, mas eu não posso acreditar. Para mim, esse Glock ganhou uma mala preta cheia de dindin, certeza. De qualquer forma, pena monstro do Massa que, apesar de torcer para o time do Orladinho, é um cara de respeito.
A emoção da corrida fez a gente chegar com alguns minutos de atraso na Vila e, obviamente, perder o primeiro gol do Palmeiras. Aliás, eu sou praticamente mestre em perder gol do Palmeiras no estádio, mas eu falo disso outro dia.
Imagine um bairro de uma cidade do interior. Cheio de casinhas com cadeiras de plástico na varanda e velhinhos na janela. Daí imagine um estádio de futebol no meio desse bairro. Quando eu digo no meio, é no meio mesmo. Um quarteirão inteiro. De um lado da rua, a barbearia do Didi e 5 passos do outro lado, o estádio. A Vila Belmiro é assim. Você está andando entre casas antigas e, de repente, vê um estádio. É a coisa mais linda, te juro. Chegando pela lateral você já enxerga o vestiário e as toalhas dos jogadores penduradas na janela. E você já começa a meio que viajar e imaginar como eram as coisas quando o Pelé ainda jogava lá. E posso falar, devia ser tudo igual é hoje. Impressionante como o lugar guarda a bagagem dos tempos passados. É de arrepiar.
Chegando lá, tinha um fila grande para entrar. Entramos aos 35 min do primeiro tempo com muita chuva e uma zona total e completa que eu não sabia nem para onde olhar. Se olhava o jogo, se olhava o estádio, se procurava o camarote do Pelé. Eu parecia uma criança entrando na Disney. Você vê o jogo tão de pertinho que parece que está dentro do campo, com os jogadores. É quase igual ao que sentimos na Rua Javari, só que com mais glamour.
Mal começou o segundo tempo, já rolou o gol do Santos que o bandeirinha anulou a jogada e depois o juiz validou. O Luxa foi expulso e o Palmeiras foi esfriando (apesar que o Bruno surpreendeu no lugar do Marcão). Aos 45min o Leo Lima fez o segundo gol, que eu também não vi porque soltaram fogos e ficou a maior fumaça dentro do campo. Vi só a Mancha Verde gritando e abracei meu sobrinho bem discretamente. O jogo inteiro foi feinho, mas quem se importa. O que importa são os 3 pontos. Quer ver beleza, vai visitar o paddock da F1 em Interlagos.
Fui embora realizada, tomando um suco de abacaxi, daqueles que vende junto com o mate nos carrinhos de praia.
3 comentários:
Show Mari! Este bar é boleiro na veia. Como eu disse ao Lucio, este gol aos 46, com a bola do Leandro desviando de novo (como contra o SP) me dá a certeza de que o Palmeiras tem pinta de campeão (hehe). E, claro, Go Hamilton!
Mau, a única pena foi que o Dagoberto não tava lá. Senão seria 3x1 pra gente ;-)
O Dago é uma farsa mesmo, Mazzola. Enquanto ele tiver no time vai ser muito difícil a gente conseguir um tri consecutivo mesmo. E acho que se o Palmeiras tivesse o Roque Jr desde o início o campeonato ´já tava decidido. ;-))
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