Final de semana com casamento de um amigo em Campinas no sábado e a chance de conhecer o Moisés Lucarelli domingo, com direito a clima de final de campeonato entre Santos e Ponte Preta.
A ida para Campinas já foi bem boa. Fomos ouvindo Beirut (Elephant Gun é um vício) e The Presets e mais bandas-Coachella. Adoro a Bandeirantes, tem aquele horizonte e aquele céu maravilhoso.O casamento foi bacana, nos moldes tradicionais, com pitadas boas de autenticidade. Muito prosecco rosa, serpentina, adolescentes, homens comprometidos, ravioli as 5 da matina e Rage Against no último volume voltando pro hotel. Domingo teve brunch, o que foi praticamente um novo casamento, com música ao vivo e performances e salsicha com ovos mexidos. E claro que depois de tudo isso, eu QUASE desisti do jogo.
Mas assim, desde pequena que eu sempre tive uma quedinha por outros times além do Palmeiras. Eu não sabia se eu podia gostar de outros times ou não, mas era mais forte do que eu. Acho que é até uma coisa meio feminina, de coração de mãe mesmo, que cabe bastante gente. Eu gostava muito da Portuguesa (porque meu avô nasceu em Trás-os-Montes), do Juventus (porque Mooca é Mooca) e do Santos (por causa do Pelé). E todos os santistas que eu conheci na vida eram muito mas muito legais. Destaques para o Zé, o santista de Jundiaí, para CherryPie, minha soulmate parisiense e para o Torero, meu jornalista futebolístico predileto.
Se time de futebol fosse que nem homem e eu fosse que nem a Dona Flor que dormia com o Vadinho e o Dr Teodoro ao mesmo tempo, eu teria um pé na Princesa Isabel e outro na Turiaçu. Certeza. Mas daí a gente cresce e aprende que não é assim. Que algumas coisas na vida exigem fidelidade absoluta e uma delas é o futebol.
Mas eu me reservo o direito de ver os jogos dos Santos e torcer quando é pro bem do Palmeiras. E domingo foi assim. Quer dizer, zero assim porque seria bem melhor pegar a Portuguesa ou o Santo André do que o Santos na semi-final, mas o que eu queria mesmo era ver o circo pegando fogo com os quatro grandes times nas semi-finais.
A chegada no Moisés Lucarelli foi quase um jogo de War. Estratégia de guerra mesmo. Não podia parar o carro de um quarteirão x para lá porque a placa era de São Paulo e corria o risco do carro ser depredado. Tinha que entrar pelos fundos, com policiais e cavalinhos protegendo a gente. Quase que eu deitei no chão e fui me arrastando para porta. Medo monstro da turma da macaca.
Entramos e eu disse: por favor, vamos para um lugar tranqüilo porque eu tô com medo. Andamos um pouco e achamos um lugar na sombra. Ni qui a gente parou, começa uma movimentação de surdos e bumbos e loucos em nossa volta. Sim, a Torcida Jovem do Santos Futebol Clube resolveu se instalar coladinha no meu cangote.
Bom, a partir daí, foi ladeira abaixo. Bati muuuuuita palma mas não cantei nem gritei gol nem me pendurei no alambrado. Mas gente, que jogo tenso. Coitado daquele bando de santista sofredor. Não teve como eu não me contagiar. Realmente é muito difícil ser torcedor do time da virada. Ficava com o radinho ouvindo o resultado da Portuguesa e torcendo pro Santos marcar lá. Timinho encardido esse da Ponte Preta viu. Ainda bem que a 2 minutos do final , tudo se resolveu com a ajudinha da anta do zagueiro que meteu a mão na bola dentro da área. Ah, e não me venha com essa história que o cara não teve a intenção de colocar a mão na bola. A regra é clara, mão é pênalti. E foi e a torcida delirou e eu tomei muita chuva e foi super divertido. Só que agora acabou a brincadeira. Voltando a ser uma mulher adulta e fiel, sábado vai rolar um peixinho grelhado lá em casa.
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