Sábado eu vi Anticristo. O filme novo do nosso amigo doidão dinamarquês Lars Von Trier.
Minha vida com Lars começou tarde, com Dogville. Lembro direitinho que eu vi no Cinesesc e sai passada do cinema. Achei aquela experiência teatrocinematográfica uma coisa de louco.
Daí que eu vi Dançando no Escuro na seqüência e achei a maior chatice da história - talvez porque eu não suporto da Bjork - e vi Manderlay que eu gostei, mas não me tocou muito não.
Eis que eu me deparei com Dear Wendy – certamente um dos filmes que eu mais amo na vida. Foi escrito por ele e dirigido pelo Thomas Winterberg – o cara de It´s all about Love - que eu amo também. A duplinha deles é imbatível. Juntou a estética meio cartesiana do Lars com a pegada romântica/esquisita do Winterberg e virou uma obra de arte mesmo. Nem quero falar aqui sobre o Dear Wendy porque realmente é um filme obrigatório, daqueles que é legal ver sem nem imaginar sobre o que se trata.
E nessa história toda, fiquei maior ansiosa quando vi que ele tava lançando um filme novo, de terror e bla bla. E rolou toda aquela polêmica em Cannes, que teve gente que vaiou e ele saiu falando que ele era o melhor diretor do mundo, que o filme foi uma obra de Deus e ele não teve escolha. E sabendo que eu tinha que assistir, já tinha começado um processo de controlar meu medo de filme de terror e encarar o negócio.
Sábado rolou de assistir. Para piorar a minha situação, estava ventando muito e no meu apartamento o vento fica uivando muito alto (vento uiva?!) e junto com o filme parecia que tudo era uma coisa só. Frio na barriga master.
O começo do filme com aquela música clássica do Händel e as cenas em câmera lenta é realmente muito lindo. Depois vêm os capítulos e a coisa vai ficando cada vez pior, com todas aquelas cenas horrorosas que todo mundo já leu. É total uma egotrip dele, sem dúvida. E nem quero ficar aqui discutindo se é apelativo, se é uma fraude, se é de terror ou se não é. Mas assim, uma vez eu li não sei aonde que o melhor cinema é aquele que sempre arruma um jeito de trazer as coisas mais profundas para a superfície, o território das evidências, mas também o do acontecer. E me parece que no caso do Lars Von Trier é exatamente ao contrário. E talvez por isso, seja tão genial.
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